A dor no peito é um sintoma que nunca deve ser ignorado. Mesmo que nem sempre seja grave, é um alerta fundamental para condições que exigem atenção médica imediata. Como especialista, meu objetivo aqui não é gerar alarme, mas sim capacitá-lo com conhecimento para compreender as possíveis causas e, crucialmente, saber como agir. Reconhecer os sinais do seu corpo é a primeira e mais importante etapa para salvaguardar sua saúde cardíaca e bem-estar geral.
Dor no Coração Significa Infarto? Entenda as Possíveis Causas
A percepção de uma dor no peito, particularmente na área cardíaca, é um evento que naturalmente evoca grande preocupação e a imediata associação com um infarto. Essa reação é compreensível, dada a vital importância do coração. Contudo, é fundamental esclarecer que nem toda dor torácica, mesmo que sugestiva de origem cardíaca, indica um ataque cardíaco. O espectro de causas é vasto, abrangendo desde condições graves até manifestações mais benignas. A autodiagnose pode ser perigosa – seja por negligenciar um problema crítico ou por gerar ansiedade desnecessária. Nossa meta é explorar as diversas etiologias desse sintoma e, de forma mais relevante, orientar sobre quando a intervenção médica se torna imperativa.
Como identificar os sintomas de um ataque cardíaco?
Identificar os sintomas de um ataque cardíaco, ou infarto agudo do miocárdio, é, sem dúvida, um conhecimento que salva vidas. Ele ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma porção do músculo cardíaco é subitamente bloqueado, frequentemente por um coágulo, resultando em dano celular. O sintoma cardinal é uma dor no peito intensa, frequentemente descrita como um aperto sufocante, peso opressor, pressão esmagadora ou uma queimação profunda no centro do tórax. Essa irradiação pode alcançar o braço esquerdo (mas, por vezes, também o direito), as costas, o pescoço, a mandíbula ou até o estômago. Sintomas associados cruciais incluem sudorese fria e repentina, náuseas, vômitos, tontura e dispneia (falta de ar). Sob nenhuma circunstância ignore esses sinais, mesmo que a dor pareça leve. A ação rápida é decisiva para um desfecho favorável.
O que fazer em caso de suspeita de ataque cardíaco?
Em caso de suspeita de ataque cardíaco, a prontidão da resposta é o fator mais crítico. Imediatamente, acione o SAMU (192) ou o serviço de emergência local. Enquanto aguarda, mantenha a pessoa em uma posição confortável, ajude-a a relaxar e a respirar melhor, afrouxando roupas apertadas e assegurando um ambiente ventilado. É imperativo não administrar qualquer medicamento, alimento ou bebida sem a expressa orientação de um profissional de saúde. Sua calma e agilidade, nestes momentos, são pilares para a chance de recuperação.
10 Causas Comuns de Dor no Peito que Você Precisa Conhecer

Embora a dor no peito seja, de fato, um sintoma que gera grande apreensão, é fundamental compreender que sua etiologia é multifacetada, não se restringindo a afecções cardíacas. As causas variam desde condições benignas e autolimitadas até emergências médicas. Como seu cardiologista e entusiasta por explorar a fundo esses temas, apresento aqui dez causas comuns de dor torácica. Aprofundar-se nesse conhecimento é essencial para uma melhor compreensão e gerenciamento da sua saúde.
1. Ataque Cardíaco (Infarto)
Esta é a causa mais temida e grave de dor no peito. Acontece quando o fluxo de sangue para uma parte do músculo do coração é bloqueado, causando a morte das células. A dor geralmente é forte, como uma pressão ou aperto no centro do peito, podendo se espalhar para o braço esquerdo, costas, pescoço ou mandíbula. Pode vir acompanhada de suor frio, náuseas, tontura e falta de ar. Se você sentir esses sintomas, procure ajuda médica imediatamente.
2. Angina
A angina, mais precisamente angina pectoris, é uma manifestação de dor no peito que surge quando o músculo cardíaco não recebe um suprimento sanguíneo oxigenado suficiente para suas demandas metabólicas, mas sem um bloqueio total como no infarto. Ela serve como um importante sinal de alerta. A dor é tipicamente descrita como um aperto, pressão ou peso subesternal, classicamente desencadeada por esforço físico ou estresse emocional e aliviada com repouso ou nitratos. Trata-se de um indicativo claro de doença arterial coronariana e exige uma investigação aprofundada por um médico especialista. Existem nuances entre os tipos, como a angina estável e a angina instável, que demandam abordagens diagnósticas e terapêuticas distintas.
3. Refluxo Gastroesofágico (Azia)
Muitas vezes confundida com problemas cardíacos, a azia é uma sensação de queimação no peito, que sobe do estômago para a garganta. Isso acontece quando o ácido do estômago volta para o esôfago. Geralmente piora depois de comer ou ao deitar e pode vir junto com um gosto amargo na boca. É uma condição comum e costuma ser tratada com mudanças na alimentação e medicamentos.
4. Ansiedade e Ataques de Pânico
Episódios de ansiedade intensa ou um ataque de pânico podem mimetizar sintomas cardíacos, manifestando-se como dor no peito. Essa sensação pode ser de aperto, dor aguda ou uma pontada, frequentemente acompanhada de dispneia, taquicardia (batimentos cardíacos rápidos), sudorese e tontura. Embora os sintomas sejam alarmantes e possam ser indistinguíveis de um evento cardíaco agudo, sua origem reside na resposta fisiológica ao estresse e ao medo. É crucial realizar a diferenciação clínica para evitar tratamentos desnecessários ou, inversamente, negligenciar a causa subjacente. O suporte terapêutico, como a terapia cognitivo-comportamental, e, em certos cenários, a farmacoterapia sob orientação médica, são pilares no controle e na melhoria da qualidade de vida.
5. Distensões Musculares e Lesões Ósseas
A dor no peito nem sempre vem de órgãos internos. Uma distensão em um músculo do peito, como resultado de um esforço físico intenso, tosse forte ou um movimento brusco, pode causar dor. O mesmo vale para lesões nas costelas ou na cartilagem que une as costelas ao osso do peito (costocondrite). A dor geralmente piora ao tocar o local, respirar fundo ou mover o tronco. O tratamento costuma ser repouso e analgésicos.
6. Pleurisia e Pneumonia
A pleurisia é a inflamação da membrana que envolve os pulmões. Causa uma dor aguda no peito que piora muito ao respirar fundo, tossir ou espirrar. A pneumonia, uma infecção nos pulmões, também pode causar dor no peito, além de febre, tosse com catarro e dificuldade para respirar. Ambas são condições pulmonares que precisam de avaliação e tratamento médico.
7. Embolia Pulmonar
Esta é uma condição séria e potencialmente fatal. A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo de sangue viaja até os pulmões e bloqueia uma artéria. Causa uma dor aguda e súbita no peito, que piora ao respirar, além de falta de ar repentina, tosse (às vezes com sangue) e tontura. É uma emergência médica e exige tratamento imediato. Não hesite em procurar ajuda se tiver esses sintomas.
8. Úlcera Péptica
Uma úlcera é uma ferida na parede do estômago ou do intestino delgado. A dor da úlcera pode ser sentida como uma queimação ou dor incômoda na parte superior do abdômen, que pode se espalhar para o peito. Geralmente piora com o estômago vazio e melhora após comer ou tomar antiácidos. Pode ser acompanhada de náuseas, inchaço e perda de apetite. É preciso tratar para evitar complicações.
9. Herpes Zóster
O herpes zóster, também conhecido como cobreiro, é causado pelo mesmo vírus da catapora. Antes mesmo das bolhas e da erupção cutânea aparecerem, pode haver uma dor intensa, queimação, formigamento ou sensibilidade em uma área específica de um lado do corpo, incluindo o peito. A dor pode ser muito forte e se parece com uma faixa ao redor do tronco. O diagnóstico é feito ao observar as lesões na pele, mas a dor pode vir antes.
10. Ataque de Asma
Durante um ataque de asma, as vias aéreas dos pulmões se estreitam e incham, produzindo muco extra. Isso causa tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar, que muitas vezes é acompanhada por uma sensação de aperto ou dor no peito. Embora a dor não seja o sintoma principal, o aperto pode ser intenso. Usar a bombinha (inalador) prescrita pelo médico geralmente alivia os sintomas.
Quando procurar um médico para dor no peito?

A dor no peito é um sinal de alerta que, em minha experiência, jamais deve ser ignorado. É de suma importância discernir quando buscar auxílio médico, mesmo que a dor pareça discreta ou transiente. Certos sintomas são indicadores claros da necessidade de uma avaliação imediata para excluir condições graves, assegurar um diagnóstico preciso e, consequentemente, proporcionar a tranquilidade necessária.
Sinais de alerta importantes
A dor no peito pode ser séria. Observe sinais como dor que se espalha para o braço, pescoço ou costas. Suor frio, tontura ou desmaio são alertas graves. Se sentir falta de ar intensa ou um aperto forte e constante, procure ajuda médica imediatamente. Estes sintomas indicam uma emergência e precisam de avaliação urgente.
Quando a dor não é grave, mas merece atenção
Dores no peito que persistem, voltam com frequência ou geram preocupação, mesmo sem serem uma emergência imediata, merecem sua atenção. É importante procurar um médico. Essa avaliação identifica a causa do desconforto, que pode ser diversa, e permite definir o tratamento adequado para sua saúde e tranquilidade.
Como o médico avalia e diagnostica a dor no peito?

Ao consultar um médico devido à dor no peito, o processo inicia-se com uma anamnese detalhada, onde o profissional investigará as características da dor: início, localização, irradiação, fatores de melhora e piora, e sintomas associados. Em seguida, o histórico de saúde completo do paciente será minuciosamente coletado. O exame físico complementa essa etapa, com ausculta cardíaca e pulmonar, aferição da pressão arterial e palpação de pulsos.
Para uma compreensão aprofundada, exames complementares iniciais são rotineiros. O eletrocardiograma (ECG) é um pilar na análise da atividade elétrica cardíaca. Exames laboratoriais podem detectar biomarcadores específicos de lesão miocárdica ou outras condições. Uma radiografia de tórax fornece informações sobre os pulmões e a estrutura óssea.
O diagnóstico da dor no peito é inerentemente complexo, dada a vasta gama de etiologias. Dependendo da hipótese diagnóstica após a avaliação inicial, exames mais específicos, como o teste ergométrico (teste de esforço), ecocardiograma ou tomografia, podem ser solicitados para confirmar a causa e direcionar o tratamento mais adequado.
Opções de tratamento para dor no peito
O tratamento para a dor no peito depende diretamente do que está causando o problema. É crucial seguir sempre as orientações do seu médico. As opções podem incluir o uso de medicamentos, mudanças importantes no seu estilo de vida (como alimentação e exercícios), ou até mesmo procedimentos específicos para a condição diagnosticada. Cada caso é tratado de forma única para garantir o melhor cuidado e recuperação.